terça-feira, 25 de fevereiro de 2020


A REGRA NÃO É CLARA, É INTERPRETATIVA!

A frase “A Regra é Clara”, é um bordão muito conhecido no mundo do futebol, citado diversas vezes pelo ex árbitro e ex comentarista de arbitragem da Rede Globo de Televisão, Arnaldo César Coelho, e que repetida vezes é utilizada por muitos do meio esportivo quando o assunto é, lance duvidoso marcado pela arbitragem.
Esse bordão virou quadro de programa esportivo na TV e título de um livro do próprio Arnaldo César Coelho, que traz uma série de histórias, casos, informações e dicas sobre as regras do futebol.
Mas, diante de tantas dúvidas que existem, em tantos lances inusitados que nem mesmo com o uso da tecnologia consegue achar um consenso, surge uma pergunta: A regra é mesmo clara?
E aí, o árbitro tem ou não razão?
E o auxiliar, agiu corretamente?
“Isso pode Arnaldo?”

“A regra é clara?
No papel, é. Mas na prática, as decisões dos árbitros dão margem para muitas discussões. 
O torcedor pode até não gostar. Mas tem a parte subjetiva da regra.
Foi pênalti? Não foi pênalti?
É interpretação.
Impedimento: participou ou não da jogada?
Também é interpretação.
- Explica Arnaldo.”

Esse tipo de discussão ocorre em todos os recantos do mundo onde há partidas de futebol. Não adianta achar que é só aqui em Sergipe que a “juizada” está confusa. Claro que não!
Com a ideia de que o árbitro tem como soberana, a sua interpretação... é a interpretação que vale. E como a interpretação é algo muito particular, quem não concorda, acaba por não aceitar o que foi decidido pela arbitragem. Nesse caso, em muitas situações, devido à questão da interpretação dos árbitros, mesmo que eles tenham tomado uma decisão infeliz, como muitas vezes acontece, alguns árbitros acabam reconhecendo que poderiam ter decidido de outra forma.
Foi-se a clareza da regra, suplantada pela interpretação.
Então o que vale é o que o árbitro marca, certo? 
Essa seria uma nova regra?
- Não!
Com a ênfase na “INTERPRETAÇÃO”, essa margem para o erro tende a sufocar o árbitro, trazendo um grande peso sobre seus ombros.

“Interpretação não é fato. Existe hoje, no futebol brasileiro, um excesso de interpretação. Os auxiliares, em lances decisivos, não param de interpretar. Atrapalham o jogo." Tostão

O que disse o Tostão em seu comentário, se deu exatamente no jogo entre Lagarto X Frei Paulistano, pela sexta rodada do campeonato Sergipano, onde o auxiliar levantou a bandeira por interpretar que o goleiro do Frei avançou na hora da cobrança do pênalti, criando assim uma dúvida no espectador com relação à decisão do árbitro X interpretação do auxiliar. 
Esse não foi o primeiro caso onde ocorreu esse tipo de situação, e também não será o último.
Para minimizar esses problemas a Fifa resolve optar por instrumentos tecnológicos, e durante vários anos e a partir de diversas orientações a International Boar institui o VAR.
Entra no cenário, a inovação tecnológica. 
VAR (Árbitro Assistente de Vídeo), uma forma de o árbitro só tomar uma decisão após a análise dos vídeos que mostram os lances que causam as dúvidas sobre o que realmente aconteceu na jogada. Ainda assim, após o árbitro analisar os lances, cabe a ele decidir se o pedido dos colegas pode ser acolhido ou não. 
Quanta responsabilidade!
Há quem diga que o VAR veio para atrapalhar, já outros, acham que o VAR deveria ser melhor estudado para ser aplicado.
Pois é! Nada fácil para um ser humano que, em um lance rápido, não consegue ver a olho nu, como mostra a TV por diversos ângulos.
E onde o VAR não é utilizado, como fazer?
Não tem outra opção, senão manter a tal da interpretação.

Enquanto houver no futebol, a tal "interpretação", no apito, sempre haverá confusão.
Adailson Cruz


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