A REGRA NÃO É CLARA, É INTERPRETATIVA!
A
frase “A Regra é Clara”, é um bordão
muito conhecido no mundo do futebol, citado diversas vezes pelo ex árbitro e ex
comentarista de arbitragem da Rede Globo de Televisão, Arnaldo César Coelho, e que
repetida vezes é utilizada por muitos do meio esportivo quando o assunto é, lance
duvidoso marcado pela arbitragem.
Esse
bordão virou quadro de programa esportivo na TV e título de um livro do próprio
Arnaldo César Coelho, que traz uma série de histórias, casos, informações e
dicas sobre as regras do futebol.
Mas, diante de tantas dúvidas que existem, em tantos lances inusitados que nem mesmo
com o uso da tecnologia consegue achar um consenso, surge uma pergunta: A regra
é mesmo clara?
E
aí, o árbitro tem ou não razão?
E
o auxiliar, agiu corretamente?
“Isso
pode Arnaldo?”
“A regra é clara?
No papel, é. Mas na prática, as decisões
dos árbitros dão margem para muitas discussões.
O torcedor pode até não gostar. Mas tem
a parte subjetiva da regra.
Foi pênalti? Não foi pênalti?
É interpretação.
Impedimento: participou ou não da
jogada?
Também é interpretação.
- Explica Arnaldo.”
Esse tipo de discussão
ocorre em todos os recantos do mundo onde há partidas de futebol. Não adianta
achar que é só aqui em Sergipe que a “juizada”
está confusa. Claro que não!
Com a ideia de que o árbitro tem como soberana, a sua interpretação... é a interpretação que vale. E
como a interpretação é algo muito particular, quem não concorda, acaba por não aceitar o
que foi decidido pela arbitragem. Nesse caso, em muitas situações, devido à questão
da interpretação dos árbitros, mesmo que eles tenham tomado uma decisão infeliz,
como muitas vezes acontece, alguns árbitros acabam reconhecendo que poderiam
ter decidido de outra forma.
Foi-se a clareza da regra,
suplantada pela interpretação.
Então o que vale é o que
o árbitro marca, certo?
Essa seria uma nova regra?
- Não!
Com a ênfase na
“INTERPRETAÇÃO”, essa margem para o
erro tende a sufocar o árbitro, trazendo um grande peso sobre seus ombros.
“Interpretação não é fato. Existe hoje, no futebol
brasileiro, um excesso de interpretação. Os auxiliares, em lances decisivos,
não param de interpretar. Atrapalham o jogo." Tostão
O que disse o Tostão em seu comentário, se deu
exatamente no jogo entre Lagarto X Frei Paulistano, pela sexta rodada do
campeonato Sergipano, onde o auxiliar levantou a bandeira por interpretar que o
goleiro do Frei avançou na hora da cobrança do pênalti, criando assim uma dúvida no espectador com relação à decisão do árbitro X interpretação do auxiliar.
Esse não foi o primeiro caso onde ocorreu esse tipo de situação, e também não será o último.
Para minimizar esses problemas a Fifa resolve optar por instrumentos tecnológicos, e durante vários anos e a partir de diversas orientações a International Boar institui o VAR.
Entra no cenário, a inovação tecnológica.
VAR (Árbitro Assistente de
Vídeo), uma forma de o árbitro só tomar uma decisão após a análise dos vídeos
que mostram os lances que causam as dúvidas sobre o que realmente aconteceu na jogada. Ainda
assim, após o árbitro analisar os lances, cabe a ele decidir se o pedido dos
colegas pode ser acolhido ou não.
Quanta responsabilidade!
Há quem diga que o VAR
veio para atrapalhar, já outros, acham que o VAR deveria ser melhor estudado
para ser aplicado.
Pois é! Nada fácil para um
ser humano que, em um lance rápido, não consegue ver a olho nu, como mostra a TV por diversos ângulos.
E onde o VAR não é
utilizado, como fazer?
Não tem outra opção, senão
manter a tal da interpretação.
Enquanto houver no futebol,
a tal "interpretação", no
apito, sempre haverá confusão.
Adailson Cruz
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