sábado, 2 de maio de 2020

GESTÃO CONDOMINIAL X DROGAS NO CONDOMÍNIO









GESTÃO CONDOMINIAL X DROGAS NO CONDOMÍNIO
De que forma deve agir o síndico?

“Apesar de oferecer segurança e qualidade de vida, os condomínios não estão livres dos vícios da sociedade.

É preciso defende-los das drogas.”
Içami Tiba

Era a minha segunda gestão como síndico, e já estava começando a sentir na pele, o drama de ter que começar a agir de forma mais incisiva contra algumas atitudes de adolescentes e jovens que gostavam de consumir drogas no condomínio.  Como cohecia alguns pais, tendo de certa forma, uma boa relação com eles e com seus filhos, isso era o que me deixava mais cauteloso e prudente quando o assunto era evitar o uso de entorpecentes nas áreas comuns do condomínio. Alguns jovens se aproveitavam do fato de, como síndico, ter uma boa relação com eles, para fazer uso de drogas, achando que da minha parte haveria uma aceitação ou passividade. Não foi exatamente isso que aconteceu. Foi necessária uma ação contundente, pois eu entendia que se relaxasse, a coisa poderia descambar para o pior. Pior no sentido de que eles iriam usar drogas cada vez mais, e também com relação à saúde social do condomínio, uma vez que alguns moradores já haviam anotado no livro de ocorrências algumas atitudes suspeitas de adolescentes e jovens que nas altas horas da madrugada ficavam nos lugares mais escondidos do condomínio, onde câmeras de segurança não conseguiam detectá-los. E dessa forma agiam, até a chegada do rondista que, pelo sistema de monitoramento identificava para onde os mesmos estavam se dirigindo.

Não era difícil encontrá-los canabilizando, já que era inevitável para o funcionário do condomínio não presenciar tal fato devido as observações junto ao CFTV.

“O ser humano sempre gostou de viver em grupos. Mas a tendência mundial de morar em condomínios deve-se sobretudo ao fato de que as grandes aglomerações humanas viram selvas.
Temos hoje os urbícolas, citadinos que nunca das grandes cidades. Unem-se para se proteger fecham ruas sem saídas para uso exclusivo dos moradores, colocam um portão e rateiam os custos.
Nesse contexto, condomínio significa qualidade de vida, segurança, baixo custo e praticidade.
Apesar de estarem um pouco mais seguros do que a média dos cidadãos, dentro do condomínio os filhos não estão protegidos da sociedade, com seus problemas e vícios. A sociedade oferece droga aos jovens com alguma permissividade e tolerância. Alguns meios de comunicação exaltam o uso em vez de destacar suas implicações científicas e éticas.
Quem leva a droga para dentro dos portões é gente conhecida, amigo ou membro da turma. Os moradores viram presas fáceis. Por suas próprias características, o condomínio oferece facilidade de conseguir, de esconder e de usar sem consequências.

A segurança nos condomínios teoricamente protege contra os bandidos de fora, mas favorece o tráfico de droga interno por meio da amizade.

Protegida pelas leis do condomínio, os usuários escapam às leis sociais. A polícia fica do lado de fora. E assim o condomínio vira o paraíso das drogas.

§  Há proteção contra os “bandidos” de fora, mas não contra os usuários moradores, que passam a ter comportamentos delinquentes, como roubar vizinhos.
§  Por falta do que fazer, os adolescentes acabam aprontando. Todo o condomínio funciona como um quintal de casa.
§  Os moradores confiam em seus filhos (“meu filho não mente”. “Confio na educação que demos” etc.).”

Tive embates com alguns pais, pelo fato de não acreditarem nas minhas admoestações, até verem de fato e de verdade através dos vídeos, os jovens e percursos que eles faziam dentro do condomínio, ou até, os mesmos confessarem que cometiam tais atos.
Sobre essa situação, sempre me coube agir através do bom diálogo entre os pais e com os jovens. À princípio, eu sempre conversava com eles antes de consultar seus pais. Após a reincidência, aí não tinha jeito, como gestor, precisava advertir e multar. Sempre evitei expor esses fatos para outras pessoas, até porque precisava preservá-los, e isso não era passar a mão na cabeça deles, era protegê-los, mesmo. Proteção é diferente de permissão. Nunca permiti, mas sempre os ajudei a sair dessa situação. Nunca tive problemas com eles, pois os mesmos sempre me respeitaram e sabiam que eu queria o melhor para eles.
E assim, na base do diálogo, consegui evitar que esses e outros jovens utilizasse as nossas áreas comuns para cometerem tal deslize.

“Prevenir é mais fácil, eficiente e barato do que tratar. É quando os filhos ainda não se interessam pelas drogas que a proteção oferece melhores resultados.”
Içami Tiba.


Adailson Lourenço da Cruz
Correspondente Condominial, Administrador, Comunicador, Gestor Condominial, Cronista Desportivo;
Atua no segmento condominial há 10 anos, em cobertura de eventos condominiais por todo o Brasil;
Especialistas em reportagens e matérias especiais;
Impulsionador de conteúdos em redes e mídias sociais.


Fonte de pesquisa:
Anjos caídos – Tiba, Içami
Págs. 207 - 217





Nenhum comentário:

Postar um comentário

OAB/SP REALIZA O 1º CONGRESSO DA ADVOCACIA CONDOMINIAL A Comissão de Advocacia Condominial da OAB/SP, com apoio da ANACON (Associação Nacion...